A terceira dimensão invade a sétima arte

Atualmente está havendo uma verdadeira explosão de lançamentos de filmes 3D nos cinemas. O que antes era bastante raro, está se tornando cada vez mais comum. A maioria não usufrui de toda a capacidade dessa tecnologia, a guardando para cenas especiais. Entretanto já temos alguns exemplos de filmes “verdadeiramente” 3D, com todo o ambiente projetado para fora da tela, ainda que em alguns momentos mais e em outros menos. Outro filme que promete aproveitar da mesma forma a tecnologia 3D é “Alice no País das Maravilhas”, de Tim Burton. Realmente, o próprio clima fantástico da história condiz com um mundo em 3D. Será, certamente, uma belíssima combinação.

Filmes com a tecnologia 3D além de agradar aos espectadores, também parece agradar os produtores, já que estes vêm batendo recordes. Avatar, por exemplo, quebrou todos os recordes de bilheteria, a caminho de 2,5 bilhões de dólares arrecadados. Apesar dessa tendência, ainda há muito para se aprimorar no Brasil para que todos possam aproveitá-la. Por exemplo, em todo o país, temos apenas 100 salas que suportam esses tipos de filme. Outro empecilho para o acesso a esses filme é o preço, mais caro que um filme “normal”.

O que poucos sabem é que essa técnica é bastante antiga. O primeiro filme que se utilizou dela foi “The Power of Love” lançado em, acreditem, 1922. Na década de 50 o cinema 3D teve uma curta era. Com o surgimento e difusão da televisão, os cinemas estavam perdendo o seu público, e era necessário fazer algo para atraí-lo de volta. A ideia deu certo temporariamente, mas como os óculos davam dor de cabeça e distorciam as cores do filme, e por isso desagradava os espectadores, logo foi abandonada.Na imagem, filme de Andre de Toth, "A Casa de Cera" (1953).

No ano passado, em uma situação relativamente similar à dos anos 50, o cinema 3D ressurgiu, aprimorado significativamente. Com o advento da internet e da facilidade com que se baixam filmes, além da incontrolável pirataria, o cinema também viu uma diminuição no seu público. E a volta dessa tecnologia foi a solução encontrada para chamar as pessoas de volta para a sala de cinema.

Assisti, mais recentemente, o relançamento em 3D de Toy Story 1. O bacana é que este, que foi o primeiro filme feito inteiramente no computador, agora também foi transportado para o mundo 3D. Assistindo ao filme percebemos que, por não ter sido um filme inicialmente projetado para uma 3ª dimensão, ela não é tão bonita quanto a dos demais filmes. Apesar disso, por ser um filme clássico da minha infância (e da de muitos), mesmo que nem 3D fosse, eu não perderia. Espero agora até lançar o Toy Story 3, que aí sim, será originalmente feito para ser em 3D, para tirar conclusões melhores.

Para finalizar, com vários filmes já lançados, ainda temos muito o que esperar. Além de Alice no País das Maravilhas, e Toy Story 3, já comentados, ainda posso citar alguns outros lançamentos bem interessantes: Shrek 4, Jogos Mortais VII (pode sair algo bem interessante se a tecnologia for bem aproveitada), Smurfs (imaginem só a viagem), Kung Fu Panda 2, Happy Feet 2, Carros 2, Viagem ao Centro da Terra 2, Madagascar 3 e, pra fechar a lista de alguns poucos escolhidos, Harry Potter e as Relíquias da Morte (tanto o primeiro quanto o segundo filme) também será em 3D, e provavelmente mais uma, ou melhor, duas megaproduções. É, a partir de agora teremos cinemas cada vez mais recheados de lançamentos que utilizam a terceira dimensão.

Mas, como funciona esse lance de cinema 3D?

A técnica utilizada no cinema 3D é chamada de estereoscopia e consiste em captar a mesma imagem em dois ângulos diferentes.

Durante a filmagem, são utilizadas duas câmeras, uma para capturar imagens para o olho direito, e outra para o olho esquerdo.

Por utilizar duas câmeras, o filme em 3D tem 48 quadros por segundo, enquanto os filmes convencionais utilizam apenas 24.

A tela do cinema também tem que ser especial. Ela é refletica (prateada), para que assim a luz do retroprojetor pareça ir além da tela.

Os óculos atuais possuem filtros de polaridade. Uma das lentes difunde ondas luminosas horizontais enquanto a outra difunde ondas luminosas verticais. Dessa forma, cada olho capta um quadro, como se nós víssemos a mesma coisa através de dois focos diferentes. Hoje em dia é o sistema mais econômico para uma qualidade de imagem aceitável.

Anteriormente, a técnica utilizada nos óculos era outra, com os antigos óculos vermelho e azul. Os dois filmes (um de cada câmera) eram editados e convertidos um em imagem azul e outro em vermelha. Durante a projeção o espectador é capaz de ver apenas uma imagem. O filme vermelho passa pela lente azul e o filme azul passa pela lente vermelha. Essa técnica, porém, apesar de mais barata, apresenta o problema da alteração de cores, perda de luminosidade e cansaço visual.

Como vemos a mesma coisa sob ângulos diferentes (devido a distância entre os olhos), o cérebro projeta uma terceira imagem, e faz com que vejamos profundidade nas cenas, assim enxergando a terceira dimensão.

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Fontes (parte técnica):

Jornal O Povo
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